domingo, 12 de abril de 2009

A cultura do reduzido hábito de leitura...

Vivemos em uma cultura, ao menos nacional, em geral, que não valoriza muito o hábito de leitura. Uma prova desta afirmação é a seguinte indagação:

Quantos livros um estudante ler em seu período escolar até a conclusão do Ensino Médio?


Pois é, com certeza a resposta é 'poucos'. Mas porque eles lêem tão pouco nesta faixa etária, de alto desenvolvimento cognitivo (até os 18 anos, considerando uma conclusão de estudos de repetências e evasão escolar)? Há vários fatores que interferem em tal consequência, entre eles figuram, por exemplo:

* dificuldade de acessos aos livros e demais materiais de leituras em muitas estruturas de ensino, geralmente em regiões de baixas condições socio-econômicas;

* falta de incentivo por convívio social, seja escolar ou extra-escolar, como comunidade local, no próprio lar, e até no ambiente de sala de aula, etc...;

* a ausência, não tão incomum quanto se pensa, de funcionários para manter o funcionamento das salas de leitura e bibliotecas abertas por um período ideal para que os estudantes possam ter acesso ao acervo de livros e demais materiais de leitura presentes nestas instituições de ensino;

* o custo para se manter um hábito de leitura em nossa sociedade, já que os preços do materiais de leitura são comumente abusivos em relação a reserva financeira disponível pelas famálias para efetuar tais compras no patamar qualitativo desejado;

* entre muitos outros fatores sociais, econômicos e culturais.

Mas quais as possibilidades para solucionar tais situações-problemas? Várias maneiras existem, citando as mais básicas: mudança da política de venda de livros, aí cabe ao poder estatal e privado debater sobre a melhor maneira possível a esta solução; mudança cultural nas comunidades locais que estimulem a leitura, incluindo o ambiente familiar, escolar e até incentivo a festivais de poesias faladas ou interpretadas, seja de forma teatral ou não, até as formas mais criativas e características típicas da propria comunidade local em si.

Inclusive, o RPG ("jogo de interpretação de personagens") auxilia e muito nesta empreitada - oras, mas como? - simples, a medida que a pessoa se interessa e se envolve pelo jogo (cujo pode, e deve, ser usado com uma ferramenta altamente educativa), a mesma tende a buscar mais e mais informações em livros sobre o tema, assim auxiliando a criar um posterior hábito de leitura.

Uma outra forma interessante, com a mesma finalidade, é um política mais ampla de incentivo às praticas de leitura às crianças menores desde o momento que aprendem a ler nas pré-escolas, assim na fase adulta serão amantes da arte da leitura e escrita, podendo até mesmo tornarem os próximos autores de livros para as gerações a posteriores a eles. Criando-se assim um complexo ciclo de formação de leitores e escritores.

E como já diria Marx, em seu texto Ad Feuerbach, "os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; o que importa é transformá-lo", não custa nada cada um de nós contribuir com o que podemos, não é?

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