domingo, 17 de maio de 2009

O Escoteiro, hoje e amanhã

Pelo Sr. Luiz Carlos, membro do Grupo de Escoteiros Carambita, Valença/RJ.



“O Globo” de hoje publica, em sua “Revista” e com direito a chamada na primeira página do jornal, artigo assinado por Renato Lemos sobre o que acredita ser o Escotismo.



O jornalista, talvez desinformado, certamente sofrendo de dores ideológicas extemporâneas e de baixo nível profissional, produziu um artigo leviano e repleto de erros de pesquisa: (“UBE, União Brasileira de Escoteiros” ao invés de UEB, União dos Escoteiros do Brasil), diminutivos irônicos e reveladores de sua alma pequena (“direitinho”, “passinhos”, “mindinhos”) e inverdades como designar os Escoteiros da década de 70 como “da ditadura” ou decidir , referindo-se ao grande educador Baden Powell como autor de “ideário” (“Escotismo Para Rapazes) onde há lugar para “uma série daqueles rituais e códigos difíceis de decifrar”. A letra, para o analfabeto, será sempre um mistério.



O nível do artigo é tão baixo que não deve tratar-se de fruto de ignorância ou incompetência, apenas. Há evidência de má-fé, no tom das palavras agressivas e debochadas. Estivesse reproduzido em panfleto destinado à leitura de poucas e descuidadas pessoas, não mereceria comentários. No entanto, quando um jornal da importância de “O Globo” publica tamanha tolice, não se pode calar.



Se o número de Escoteiros diminuiu consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, não é, ao contrário do que pretende fazer crer o jornalista, porque seus ideais sejam ultrapassados e precisem ser “renovados”, como garante . Pelo contrário, nunca foram tão atuais e necessários.



A queda de números de Escoteiros reflete a crise da Família, que se desintegrou e dos valores de Caráter, esquecidos e, por isso, não mais ensinados e transmitidos aos jovens, em sua maioria. Reflete também a lassidão dos costumes resultante de tais fatos. A lei do menor esforço afasta da seriedade os menos sérios.



O Escotismo é uma Escola de Formação do Caráter e a importância disso parece escapar aos sentidos do jornalista. O Método Escoteiro permite ao jovem, além disso, aprender a trabalhar em equipe, desenvolver habilidades que o ajudarão por toda a vida, fazer amigos e conhecer a si mesmo. “Descascar batatas” no acampamento, ao invés de acender um “baseado” na esquina, prepara melhor o jovem para descascar, no futuro, os inevitáveis abacaxis da vida. Não tem, como quer o descuidado jornalista em seu tom de mau gosto, caráter depreciativo.



Quem precisa de “renovação” é o Brasil de hoje, dos “mensaleiros” e demais corruptos no poder, das escolas abandonadas e do ensino reduzido ao seu mais baixo nível, dos jovens seduzidos pela impunidade e tragados pelas drogas e pelo crime. O Brasil nunca precisou tanto do Escotismo, tal e qual proposto pelo seu fundador, Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, Lord of Giwell, e presente na maioria dos países do mundo, em todos os continentes.



O Escotismo, hoje, é a Esperança de um amanhã melhor para nossos filhos e netos. Por isso, que ainda exista e dê seus bons frutos, quando o jornalista e eu não mais existirmos.



(Município de Valença, 10.5.2009)

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