quarta-feira, 26 de outubro de 2011

[Poesia] Vaga-mundo Solitário

Vagando entre mundos,
este chamado vagabundo
corre feito um louco,
um bicho solto,
mas acorrentado,
numa solidão enjaulado.

Esta Solidão interna,
nobre coração não acalenta,
mas sim envenena
a sina de quem a carrega
uma pedra-coração-cruz;
sem um amor-guia-luz.

Largado, ao relento,
pobre abandonado menino
que sustenta em seu peito
o infindável recentimento
de nunca ter coragem;
esta cruel cardio-defasagem.

Ao perpetuar tais dores,
sofrer por falsos amores,
crer em falsos versos,
repassar falsos sentidos,
um mal posicionado esquadro
sem uma verdade-compasso.

Sorrateiro cruzes arrastou,
lábios imundos beijou,
sálivas escarradas ao vento.
És infeliz, sêu cardio-vagubundo,
residente caloso no peito
deste inquieto poeta-menino.