segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Poesia: "Medos"

Ao cair da noite
o silêncio corrompe, suga, drena-me algo
como um mosquito do pântano a saciar-se
no seu deleitoso lanche madrugal.
Forças fracas,
mais fracas a cada instante a mais
Medos perseguidores e afligentes e vorazes
na qual força de vontade não há para resistir.
Medos que induzem ao ódio, ódio a mim mesmo
este ódio que mata a cada segundo minha alma.
Alma que outrora foi pura, hoje enevoada
fraquejada, rastejante, com breve sinal de vida,
sem nexo, um parodoxo da convergência temporal,
tão, tão ofuscante como a luz negra.
Voraz como um casulo muito além de envelhecido.
- Quando irá finalmente rasgarei esta cápsula envolvente?
- Na teia da vida serei a aranha que caça,
ou a presa agarrada esperando servir de alimento?

Volta a noite
Tudo renasce, - falesce? - dentro de mim.
Os internos gritos silenciosos voltam sussurrar:
- Onde você vai? - Onde chegará?
No fim do poço ou no topo da pirâmide?
Em que faz por onde? Onde, onde?
No que faz, faz seu real melhor?
Ou o faz em excesso?

Imnsônias noturnas,
cansaço mental, stress flagelante
Carne fraca, mente corrompida, medo de viver,
Viver de medos, medos de si próprio.


Por Fabrício Lopes

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